A reforma da Previdência era para ser uma “turbina” do Governo
Bolsonaro. Ao que tudo sinalizava e, devido à sua relevância, a reforma parecia
não ter barreiras pela frente. Não foi o que aconteceu. Houve derrapadas na
articulação política e, claro, percebendo a abertura, setores políticos não alinhados
ao Governo deflagraram uma espécie de “operação tartaruga” e isso,
consequentemente, trouxe e traz dificuldades, morosidade e desgastes.
Porém, era previsível que uma reforma dessa natureza não
passaria assim tão fácil. Infelizmente, o que não poderia acontecer é o que
está acontecendo, ou seja, a reforma acabou se transformando em um campo de
batalha político, onde os atores envolvidos querem demonstrar força.
Talvez a falha tenha ocorrido lá atrás, antes mesmo de a
proposta ser encaminhada para a Câmara Federal, através de uma conversa boa e
franca com aliados e não aliados, mostrando claramente a realidade, os números
e a necessidade da reforma, para que o sistema que cuida das aposentadorias,
pensões e benefícios dos brasileiros não venha a entrar em colapso num futuro
breve, com impactos imensuráveis para a economia do País de uma maneira em
geral.
Até agora, tem sido notório que há uma queda de braço entre os
poderes – Legislativo e Executivo – que deveriam estar juntos, somando forças para
encontrar um caminho para a Previdência Social, retirando privilégios de onde
devem ser tirados e abrindo caminho para um sistema mais justo, principalmente,
olhando para as pessoas mais necessitadas.
Não é uma equação fácil de se resolver. Nenhuma proposta,
definitivamente, vai agradar a todos, porque de alguma forma, o ônus maior vai
cair no colo da população, que terá de esperar um pouco mais para se aposentar
e contribuir mais para que o caixa seja suficiente para honrar os compromissos.
Por outro lado, aqueles que estão nas castas privilegiadas, não
querem perder nada, não querem ceder em nada, ao passo que a grande maioria da
população brasileira vai ter que dar a sua cota de sacrifício em prol da nova
Previdência. E, ainda sim, sendo uma parte tão importante, a população está
como um mero espectador de uma mudança que não é uma mudança qualquer; é uma
mudança que afetará o futuro de todos.
Independente de posicionamentos político-ideológicos, este é um
debate importante, que não podemos perder de vista. E esta não é a única
reforma que o Brasil precisa. Outros embates virão...e que venham! O
enfrentamento ainda é melhor do que o “esquecimento”.
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