Avançar para o conteúdo principal

Liberdade, fake news, censura

  

  Os três temas inseridos no título desse artigo são demasiadamente complexos. É quase como discutir futebol e política, porque há sempre dois lados e nenhum deles quer ficar sem a razão ou perder uma disputa.
  A questão da liberdade de imprensa tem sido muito debatida nos últimos dias, por conta do episódio envolvendo o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria Geral da República, no caso em que o ministro da Corte, Dias Toffoli, de ofício, mandou abrir um ato investigatório para apurar ataques dirigidos a ele e ao próprio STF, por meio de redes sociais e em veículos de imprensa. Para isso, Toffoli acionou o colega, ministro Alexandre de Morais, para dar andamento ao inquérito solicitado. A PGR, através da procuradora Raquel Dodge, tentou e tenta, ainda, reverter a negativa de Alexandre de Morais de mandar o tal inquérito para a gaveta.
  Até mesmo o presidente da República, Jair Bolsonaro, saiu em defesa da liberdade de imprensa e, em evento recente, falou sobre a importância da imprensa livre para o Brasil e a democracia. Ele que vive dando umas “caneladas” na imprensa.
  A liberdade de imprensa é, de fato, fundamental e um esteio da democracia. Mas há muita gente que se aproveita disso para achincalhar pessoas e instituições; para acusar sem provar; para ofender a honra. Para usufruto da liberdade de imprensa, é preciso ter ética e respeito.
  Na contramão do que deveria ser verdadeiramente a liberdade de expressão, entram as chamadas fake news (notícias falsas), disseminadas aos montes nas redes sociais e numa velocidade avassaladora, encontrando pelo caminho milhares e milhares de pessoas que não têm muita preocupação com aquilo que está recebendo de informação e, pior que isso, passa à frente, compartilha aquilo que recebeu sem se preocupar com a veracidade dos fatos e a credibilidade da origem das informações. O que é lamentável. Pior, isso está se tornando uma verdadeira chaga da vida moderna.
  Censura e democracia não combinam! Censura e liberdade de expressão, também, não! Mas, o que fazer diante aqueles que não têm escrúpulos de espalhar boatos, mentiras e falsas acusações? O que fazer com quem não tem compromisso com a democracia? O que fazer com quem não tem compromisso com o seu País? São questões complexas, mas que devem ser debatidas e amadurecidas no seio da sociedade brasileira. Ou, então, vamos ficar eternamente num fogo cruzado.
  Tudo é questão de limite e de boa dose de bom senso. O limite pode ser definido pela lei. Mas o bom senso, só o caráter. E, não podemos esquecer que todos nós somos passíveis de mudanças. E a verdadeira mudança vem com uma palavra-chave: EDUCAÇÃO!

Comentários

Mensagens populares deste blogue

    Henrique Santillo: o legado de um político que não se esgota   Claudius Brito- Matéria publicada no Jornal/Portal CONTEXTO- Não é exagero dizer que Henrique Santillo foi um dos políticos da melhor envergadura que não só Anápolis e Goiás tiveram, mas o Brasil. Não, apenas, pelo fato de ter ocupado vários cargos públicos, nos níveis municipal, estadual e federal. Mas, sobretudo, pela humildade, o zelo com a coisa pública e com a honestidade, que o marcaram numa trajetória que merece um lugar especial nos livros de história. Até hoje, ainda surge muita coisa do legado deixado por Henrique Santillo, que faleceu no dia 25 de junho de 2002, portanto, há 20 anos. Há poucos dias, uma campanha de resgate à história, realizada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), trouxe à tona uma de muitas ações que marcaram a carreira de Henrique Santillo e que pouca gente conhece. A sua visão e participação num momento importante para Goiás, que foi a divisão do Estado, c...
  Do Líbano para Anápolis, uma viagem na história de Mounir Naoum   Claudius Brito- Especial para o Jornal CONTEXTO- No final da tarde da última terça-feira, 22/03, as portas da conhecida mansão da Avenida Maranhão, no Bairro Jundiaí, foram abertas. Para muitos, impressionou a beleza do lugar, a arquitetura, o verde.   Mas, de fato, a real beleza do lugar estava no lado dentro: um homem sentado num sofá, sorriso aberto e braços estendidos para quem chegasse para cumprimentá-lo. No alto dos seus mais de 90 anos de idade, humilde, lúcido e fraterno, ninguém menos que uma das principais personalidades da história de Anápolis, o empresário Mounir Naoum recebeu familiares, a imprensa e uma verdadeira legião de fervorosos amigos para o lançamento do livro: “Mounir Naoum - Do Líbano ao Centro-Oeste do Brasil”. Uma a uma, as pessoas que chegaram faziam questão de um abraço, uma pose para a foto. Devido às limitações da idade, ele não discursou no evento. Coube a Mou...

A praça era do povo I

Praça das Mães, número 163. Este foi, por algumas décadas, o nosso endereço. Meus pais - Edésio e Consuelo - eu, que lá cheguei ainda bebê, e os irmãos: Rosa, Márcio, Conceição, Alberto, Ailton e José (e, também, o Ismael), dividíamos os cômodos da casa, além da parentada que vinha de longe se hospedar, sobretudo, quando faziam algum tipo de tratamento nos hospitais da cidade. A nossa movimentada casa ficava na esquina de um logradouros que, à época, era considerado um dos principais cartões postais de Anápolis: a Praça das Mães. Um ponto de encontro da garotada, dos casais de namorados, das famílias. Ali, sempre havia alguém de manhã, à tarde ou à noite. Não havia medo. De fato, a praça era do povo! Havia muito espaço na Praça, calçadas de pedras, muita grama, coqueiros e pequenos jardins com muitas margaridas brancas. O gramado era cuidado com esmero por um “vigia” conhecido pelo apelido de “Pára-raio”. Justificava-se este apelido, pela velocidade que ele empreendia quand...