Avançar para o conteúdo principal

Bolsonaro e a reforma da Previdência

  

  A reforma da Previdência Social, uma das prioridades do Presidente Bolsonaro neste início de seu governo, está revelando para ele próprio, o Capitão, e para a sua equipe, que a governabilidade se constrói com diálogo e com articulação.
  Bolsonaro sabe disso. Já foi congressista. Agora, tem muita gente no Governo ou próxima dele, que ainda tenta minimizar ou colocar em segundo plano o papel do Congresso, consequentemente, dos deputados e senadores. No atual sistema, o Parlamento tem tanta força quanto o Executivo. O desafio é que dois poderes, respeitando as suas respectivas prerrogativas constitucionais, possam achar o equilíbrio. Se a aposta for ficar no campo do atrito, muito dificilmente, o Governo conseguirá aprovar a reforma. Agora, uma coisa de se reconhecer é que Bolsonaro quer evitar o balcão. A postura é correta. Esta é uma cultura que deve acabar. Tomara que tenha forças para resistir, porque a pressão é grande.
  Entretanto, é hora de o Governo e o Congresso demonstrarem, efetivamente, que têm compromisso com a Nação e atacarem os problemas que devem ser atacados, como o da Previdência, sem fazer deles um campo de batalha meramente partidário e/ou ideológico.
  Aliás, a questão da Previdência é muito mais ampla do que, apenas, mudanças no tempo de aposentadoria. Esse ponto é crucial, porque mexe com a vida de todos nós brasileiros. Mas, é preciso, também, achar soluções outras, como para a dívida do Instituto Nacional de Seguridade Social, o INSS, que segundo já propagado pela mídia, saltou de R$ 174,9 milhões para R$ 476,7 bilhões, no período de 2008 a 2018, entrando nessa conta os penduricalhos de empresas públicas e privadas, governos estaduais e prefeituras, fundações e, até, bancos. Se conseguir recuperar ao menos um terço dessa dívida, o Governo já terá uma vitória. Pior é se essa dívida continuar na escalada que vinha acontecendo.
  O momento é delicado e importante. É preciso ter muita habilidade política na condução dessa reforma. Se não conseguir avançar com ela, isso poderá afetar sobremaneira imagem de Bolsonaro e de sua Administração. Se conseguir avançar, sem o famoso toma- lá dá-cá, será um feito histórico e merecedor de reconhecimento.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

    Henrique Santillo: o legado de um político que não se esgota   Claudius Brito- Matéria publicada no Jornal/Portal CONTEXTO- Não é exagero dizer que Henrique Santillo foi um dos políticos da melhor envergadura que não só Anápolis e Goiás tiveram, mas o Brasil. Não, apenas, pelo fato de ter ocupado vários cargos públicos, nos níveis municipal, estadual e federal. Mas, sobretudo, pela humildade, o zelo com a coisa pública e com a honestidade, que o marcaram numa trajetória que merece um lugar especial nos livros de história. Até hoje, ainda surge muita coisa do legado deixado por Henrique Santillo, que faleceu no dia 25 de junho de 2002, portanto, há 20 anos. Há poucos dias, uma campanha de resgate à história, realizada pela Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), trouxe à tona uma de muitas ações que marcaram a carreira de Henrique Santillo e que pouca gente conhece. A sua visão e participação num momento importante para Goiás, que foi a divisão do Estado, c...
  Do Líbano para Anápolis, uma viagem na história de Mounir Naoum   Claudius Brito- Especial para o Jornal CONTEXTO- No final da tarde da última terça-feira, 22/03, as portas da conhecida mansão da Avenida Maranhão, no Bairro Jundiaí, foram abertas. Para muitos, impressionou a beleza do lugar, a arquitetura, o verde.   Mas, de fato, a real beleza do lugar estava no lado dentro: um homem sentado num sofá, sorriso aberto e braços estendidos para quem chegasse para cumprimentá-lo. No alto dos seus mais de 90 anos de idade, humilde, lúcido e fraterno, ninguém menos que uma das principais personalidades da história de Anápolis, o empresário Mounir Naoum recebeu familiares, a imprensa e uma verdadeira legião de fervorosos amigos para o lançamento do livro: “Mounir Naoum - Do Líbano ao Centro-Oeste do Brasil”. Uma a uma, as pessoas que chegaram faziam questão de um abraço, uma pose para a foto. Devido às limitações da idade, ele não discursou no evento. Coube a Mou...

A praça era do povo I

Praça das Mães, número 163. Este foi, por algumas décadas, o nosso endereço. Meus pais - Edésio e Consuelo - eu, que lá cheguei ainda bebê, e os irmãos: Rosa, Márcio, Conceição, Alberto, Ailton e José (e, também, o Ismael), dividíamos os cômodos da casa, além da parentada que vinha de longe se hospedar, sobretudo, quando faziam algum tipo de tratamento nos hospitais da cidade. A nossa movimentada casa ficava na esquina de um logradouros que, à época, era considerado um dos principais cartões postais de Anápolis: a Praça das Mães. Um ponto de encontro da garotada, dos casais de namorados, das famílias. Ali, sempre havia alguém de manhã, à tarde ou à noite. Não havia medo. De fato, a praça era do povo! Havia muito espaço na Praça, calçadas de pedras, muita grama, coqueiros e pequenos jardins com muitas margaridas brancas. O gramado era cuidado com esmero por um “vigia” conhecido pelo apelido de “Pára-raio”. Justificava-se este apelido, pela velocidade que ele empreendia quand...