Lançada em meados da década de 1980, no governo do ex-presidente
José Sarney, a ferrovia Norte-Sul tem no seu DNA a proposta de promover a
integração nacional e reduzir o chamado Custo Brasil, tornando o País mais
competitivo através desse modal de transporte.
O projeto, entretanto, demorou avançar. Até o final daquela
década, foram construídos apenas 115 Km de ferrovia, ligando as cidades de
Açailândia e Imperatriz, no Estado do Maranhão. Nos governos dos ex-presidentes
Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, houve um incremento
de pouco mais de 100 quilômetros de linha férrea. No Governo de Lula, veio o
projeto de construir 1.550 Km de ferrovia, incluindo o trecho goiano que tem
Anápolis como o marco zero. Nas idas e vindas desse projeto, houve muitas
denúncias de desperdício, malversação de recursos públicos e de corrupção,
infelizmente.
Agora, o Governo Federal realizou o leilão do trecho entre Porto
Nacional, no Tocantins e Estrela d´Oeste, em São Paulo, num total de 1.537 Km
construídos pela Valec. A Rumo S.A venceu o edital público, ofertando um lance
de mais de R$ 2,7 bilhões, um ágio de 100,92% em relação ao valor mínimo de
lance. A subconcessão prevê investimentos de R$ 2,8 bilhões e o prazo é de 30
anos.
O primeiro tramo da Norte-Sul, de 855 km, entre Porto Nacional e
Anápolis, foi iniciado em 2008 e inaugurado em 2014, no governo da ex-presidente
Dilma Rousseff. Foram investidos, segundo a Valec, cerca de R$ 5,1 bilhões, o
que equivale a um custo aproximado de R$ 5,96 milhões/km de ferrovia
construída.
O segundo tramo, que prolonga a FNS até Estrela d’Oeste (Extensão
Sul), de 684 km de extensão, se conecta com a Ferrovia EF - 364, operada pela
Rumo S.A, de modo a permitir acesso ao Porto de Santos e ao polo econômico e
industrial de São Paulo. A obra começou em 2011 está em fase final pela Valec.
O investimento é de R$ 5,6 bilhões, dentre os quais R$ 4,7 bilhões já foram
executados, o que representa 93% de avanço físico a um custo médio de R$ 6,9
milhões/km, segundo informação da empresa.
São boas as notícias. Para o Brasil, que obteve ágio na concessão
e repassa à iniciativa privada a responsabilidade com os novos investimentos e
a operacionalidade da ferrovia. Para Goiás e Anápolis, que poderão ampliar a
sua capacidade logística, dinamizando o setor da agroindústria e,
consequentemente, melhorando a competitividade e a capacidade de atração de
investimentos.
A expectativa, portanto, é que agora a ferrovia entra nos trilhos
e possa valer o tempo de espera e os vultosos investimentos feitos pelo
Governo, com dinheiro nosso, do contribuinte.
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